Berthe Morisot e sua filha Julie Manet

Berthe Morisot e seu marido Eugène Manet, irmão do pintor Édouard Manet, tiveram contato com Renoir durante muitos anos. Essa relação tornou-se muito mais próxima na segunda metade dos anos 1880. Este célebre retrato duplo é uma obra-prima oriunda da fase final do trabalho de Pierre-Auguste Renoir, além de ser um ícone do movimento impressionista. Pintada em 1894, esta obra não apenas é uma rara ‘fotografia de família’, mas um documento visual da amizade entre Renoir e Morisot, uma amizade à qual Renoir referia-se como sendo “uma das mais sólidas da minha vida”. Embora mulheres não fossem formalmente admitidas na Ecole des Beaux-Arts até o final do século XIX, por fazer parte da alta burguesia, Berthe Morisot recebia aulas particulares de arte. Com um talento notável desde tenra idade, ela tornou-se, talvez, a pintora mais privilegiada da sociedade parisiense, desenvolvendo relações sociais e profissionais muito próximas com artistas como Henri Fantin-Latour e Pierre Puvis de Chavannes. Após ter aulas com Camille Corot nos anos 1860, tornou-se modelo e protegida de Edouard Manet. O casamento de Morisot com Eugène Manet, em 1874, iria assegurar sua posição no círculo impressionista.