A cena é a de um alpendre à noite. Dois jovens posicionam-se sob uma luz fraca. Certamente que retratarão um desgosto de amor; mas, por outro lado, esta também acaba por ser uma cena de uma rica ambivalência. Ambos são iluminados, como se estivessem num palco, quase inteiramente vulneráveis, porém, com manifesta auto-confiança. Encontram-se numa circunscrição claramente definida, como se a última fronteira no progresso do Homem fosse a conquista do corpo da mulher. Noite de Verão é como que uma invasão da privacidade. Ainda que o casal esteja cá fora, parece estar a ter uma conversa privada e não gostaria que ninguém se intrometesse. Tudo se pontua de tristeza e amargura pelo romance que em breve terminará.




Noite de Verão
óleo sobre tela • -