Moscou I

Em 1914, a Alemanha declarou guerra à Rússia, e Kandinsky foi obrigado a deixar Munique e retornar a Moscou. Ele lamentou: “Nos 16 anos que vivi na Alemanha, me entreguei inteiramente ao mundo da arte alemã. Como, de repente, eu deveria me sentir um estrangeiro?”. Aos 50 anos, começou uma vida nova. A mudança para Moscou marcou uma ruptura profunda. No ano de 1915, passou por um período de depressão e insegurança, durante o qual ele não pintou um único quadro. Foi nesse contexto que pintou Moscou I, e escreveu: “Adoraria pintar uma grande paisagem de Moscou, pegando elementos de todos os lugares e combinando-os em uma única imagem, partes fracas e fortes, misturando tudo da mesma maneira que o mundo é misturado, cheio de elementos diferentes. Quero que seja como uma orquestra”. Moscou I contém algumas das mesmas qualidades de contos de fadas românticos das primeiras pinturas do artista, fundidas com formas e cores dramáticas. “O sol dissolve toda a Moscou em um único ponto, que, como uma tuba selvagem, faz vibrar toda a alma”.