Ao longo dum período de sete anos (1868-74), Édouard Manet pintou onze retratos de Berthe Morisot, tornando-a na sua modelo mais frequente. Mesmo a própria mulher de Manet figura em apenas cinco quadros, e Victorine Meurent, em oito. Manet produziu as últimas pinturas de Morisot quando esta se envolveu e casou com o seu irmão mais novo (1872-74).
Estes quadros derradeiros abrem uma janela para o intenso desejo e rivalidade sentidos por Manet face a Morisot. À medida que a relação se complica, Manet distancia-se da sua técnica de pintura usual, distorcendo cada vez mais a imagem de Morisot e culminando no retrato, quase cadavérico, Berthe Morisot com Chapéu de Luto (1874). Depois do casamento de Morisot, Manet nunca mais a torna a pintar. À data da morte deste, sete dos onze retratos da dama permaneciam na sua coleção privada.