Artista Desconhecido
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Em 698 da E.C., os monges de Lindisfarne, remota comunidade em uma ilha no nordeste da Inglaterra, exumaram um de seus mais famosos bispos, Cutuberto, pretendendo mover seu corpo para igreja. Depois de onze anos, seu corpo estava virtuosamente intacto, intocado pela decomposição. Posteriormente, seu cadáver incólume juntamente com sua vida exemplar inspiraram reis, bispos e cristãos fiéis. Além disso, a Catedral de Durham, onde seu corpo repousou desde o século XI, passou a ser alvo de peregrinações durante todo período medieval.
No século XIX, o túmulo de São Cutuberto foi aberto pela primeira vez em 300 anos. Dentro, o preservado cadáver estava contido em um caixão de madeira do século XVII. Alguns objetos foram sepultados com ele, incluindo um pente de mármore, um altar portátil e uma pequena, mas memorável Cruz peitoral.
A cruz foi feita para ser usada sobre o peito, suspensa por um cordão ou uma corrente, como um pingente. Feita no século XVII, provavelmente na Inglaterra, foi encontrada amarrada às vestes do Santo e agora está na coleção da Catedral Durham. Joias de ouro e granada eram muito comuns no norte da Europa durante a época, e diversos exemplos, como essa cruz, possuem o “design” geométrico. Baseada em um círculo, a cruz é dotada de cinco pedras no centro e mais doze em cada um dos seus braços, provavelmente representando os doze apóstolos de Cristo. O vermelho vívido da granada evoca temas como a morte e o martírio, muito importantes na teologia cristã. Há especulações de que a relíquia —um objeto ou parte do corpo associado à um santo—, foi embutida por detrás da granada central, mas nenhuma tentativa foi feita para abrir a cruz e verificar. A Cruz de São Cutuberto é um exemplo importantíssimo da influência do Cristianismo na ourivesaria do período medieval.
- Stephanie