Primeiramente: Feliz Dia dos Namorados :)
Hoje gostaríamos de apresentar uma gravura japonesa do Museu Nacional em Cracóvia. De hoje até o dia 3 de maio será exibida em “ONNA - Beauty, Strength, Ecstasy".
Outra gravura da série de Utamaro de vinte e um retratos de casais que tornaram-se famosos – através de lendas e da literatura – pelo poder de sua devoção mútua.
Os dois jovens que olham para o nome “Osan” tatuado no braço do homem são os protagonistas do drama de Chikamatsu Monzaemon, Koi Hakke Hashiragoyomi (Os Amantes Crucificados). A peça, que desfrutou de uma popularidade duradoura, foi objeto de muitas adaptações e, com o tempo, tornou-se marcadamente diferente da versão original dos anos 1705-1714.
A premissa inicial de que Osan e Mohei não eram amantes, mas vítimas de uma infeliz cadeia de eventos, parece ter dado lugar para a demanda de histórias de amor que terminavam violentamente. A intimidade dos personagens retratados por Utamaro é um desvio do enredo original, na qual o jovem assistente de compras Mohei, leal ao seu empregador e respeitoso com sua esposa Osan, acidentalmente encontra-se ao lado dela em uma cama. As coisas se tornaram cada vez mais complicadas quando, somado à falsa acusação de adultério, eles foram acusados de forjar um cheque e tiveram que fugir. A tragédia deles fascinou tanto o público que três diferentes finais para a história foram criados. Na versão clássica, Osan e Mohei foram presos, mas evitaram a punição graças à magnanimidade de um certo padre que os levou para o seu monastério. Outra versão termina com a execução do infeliz casal. No terceiro e igualmente sangrento final, eles cometem suicídio após pagarem suas dívidas.
texto: Beata Romanowicz