Já ouviste falar de #5womenartists?
É uma campanha de rede social iniciada pelo Museu Nacional de Mulheres nas Artes, homenageando o Mês da História da Mulher. Nesta ocasião, graças ao museu, podemos apresentar esta pintura criada pela artista feminina contemporânea - Amy Sherald.
Como a maioria dos teóricos contemporâneos, a pintora Amy Sherald percebe a identidade racial como uma performance em resposta a forças externas, em vez de um atributo essencial. Como uma das poucas crianças negras da sua escola particular na Geórgia, ela relembra-se de estar muito consciente da forma como falou e se vestiu, acreditando que esses comportamentos eram a chave para a aceitação social e a assimilação. Chamam-me de Redbone, mas eu prefiro ser Moranguinha alude à rotulação racial diretamente, já que o termo da gíria “redbone” normalmente se refere a uma mulher negra com um tom de pele claro.
Sherald modifica os formatos históricos de retratos para derrubar a narrativa dominante da história afro-americana. Ela observa: “Eu crio retratos brincalhões, porém sóbrios, de americanos negros dentro de uma história imaginativa onde eu me enlouqueço, na tradição europeia de retratos pintados.” Enquanto retratistas históricos pretendiam revelar a posição social de um assistente ou alguma essência de caráter, as figuras de Sherald são inexpressivas e vestidas com roupas incomum do estilo de trajes que ela coleccionou.
Típica da arte de Sherald, a jovem mulher em Chamam-me de Redbone, mas eu prefiro ser Moranguinha parece flutuar contra um fundo intensamente colorido, o que aumenta a qualidade sonhadora do trabalho. A artista alcança este efeito limitando o uso de sombra ao longo dos contornos da figura. Aqui, como noutros trabalhos, Sherald interrompe as leituras dos espectadores dos seus retratos como negros, pintando a sua pele em tons de cinza, removendo metaforicamente a sua “cor”.