Os romances medievais, ou a literatura do amor cortês, atingiram seu ápice no século XIV na maior parte da Europa Ocidental, e essa extraordinária caixa de joias atesta a proliferação dessas histórias e a contínua ressonância de vários de seus temas. Começando na França no século XII, os romances medievais se espalharam por toda parte, levados pelos trovadores, contadores de histórias e pela popularidade e resistência de muitos desses contos, ainda hoje conhecidos por nós. Decorada em suas quatro faces laterais e em sua tampa, essa caixa contém cenas de romances Arturianos; Sir Lancelot, por exemplo, pode ser visto na parte de trás da caixa em um painel mostrando o cavaleiro na Ponte da Espada e, à sua esquerda, está outro painel no qual um cavaleiro vestindo sua armadura, provavelmente Ivain, batalha com um leão.
A mais interessante, e um tanto misteriosa, cena se apresenta na tampa da caixa (mostrada aqui nessa semana) e tem sido referida por estudiosos como “o ataque ao castelo do amor” ou “o cerco ao castelo do amor”. Há um grande número de marcas familiares incorporadas a essa imagem: um grupo de cavaleiros parece estar atacando um castelo defendido por mulheres e um cupido, e as principais armas usadas por ambos os lados são flores, em sua maioria, rosas. Diferentemente de outras cenas associadas aos romances medievais, a origem literária dessa batalha é desconhecida, apesar de ela claramente ter sido bastante popular no século XIV, aparecendo nas mais diversas formas artísticas.
Embora boa parte da arte medieval tenha sido inspirada em temas religiosos ou feita a pedido de clientes devotos, essa caixa de joias é um exemplo do secular, do laico e do fantástico.
- Stephanie Skenyon
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