Março é o mês das cerejeiras florescerem no Japão. É uma das coisas mais bonitas do mundo. Eu nunca as vi pessoalmente (sonho com isso!) mas se você não sabe do que estou falando, dê uma olhada e mergulhe nesta bela xilogravura de Hasui Kawase.
No Japão, as flores de cerejeira simbolizam nuvens devido à sua natureza de florescer en masse (em massa). Além de representar uma metáfora duradoura para a natureza efêmera da vida, as flores de cerejeira são um aspecto da tradição cultural japonesa, frequentemente associado à influência budista, incorporado no conceito da mono no aware (a consciência da impermanência ou da transitoriedade das coisas). A transitoriedade das flores e sua beleza e volatilidade requintadas frequentemente são associadas à mortalidade e à aceitação graciosa do destino e do karma.
Hasui Kawase é um artista misterioso, pelo menos para o mundo da lingua inglesa :( Ele foi um dos principais gravuristas do movimento Shin Hanga (novos impressos) e é mais conhecido por suas obras de paisagens. Kawase desenhou mais de 100 gravuras para Watanabe Shōzaburō antes que as lojas do editor, assim como as xilogravuras dessas impressões, fossem destruídas no incêndio que seguiu o Grande Terremoto de Kanto. Consequentemente, suas gravuras e outras obras dos artistas de Watanabe, publicadas pouco antes do catastrófico terremoto, são consideradas raras e muito procuradas.
Kawase viajava com frequência durante sua carreira como artista. Ele visitou o campo, vilarejos e cidades no Japão, fazendo esboços da paisagem. Suas gravuras incluem frequentemente a lua, folhas outonais avermelhadas, e reflexões na superfície da água. O artista raramente representava pessoas em seus desenhos ou gravuras. Esses elementos fazem com que os espectadores de suas gravuras sintam-se tranquilos e em paz.
P.S. Somos grandes fãs de xilogravuras japonesas! Aqui estão algumas belas obras representando o inverno!