Durante a construção do Teatro Municipal de Cracóvia (atualmente Teatro Słowacki em Cracóvia), uma competição foi anunciada para pintar uma cortina decorativa para o novo edifício. O edifício em si foi erguido da mesma forma que a maioria dos monumentos sagrados eram erguidos. Concebido por Jan Zawiejski, é ainda considerado um dos mais importantes monumentos de arquitetura do teatro na Europa. Os artistas que submeteram os seus projetos para a competição incluíram artistas cracovianos de renome Józef Mehoffer e Stanisław Wyspiański, que era completamente desconhecidos na altura. Nenhum dos projetos, contudo, foi realizado. A cortina foi comissionada a Henryk Siemiradzki, um famoso pintor por toda a Europa na altura, que aceitou fazer o trabalho à custa de materiais específicos. Siemiradzki garantiu não só um elevado nível artístico, mas também prestígio.
A 18 de Abril de 1894, a cortina do Teatro Municipal foi baixada pela primeira vez durante uma peça chamada Chwast [Erva] por Józef Bliziński. Os preços dos bilhetes eram regulares e o lucro obtido foi usado para fundos de pensões para os artistas de palco da Cracóvia. A audiência viu uma pintura a óleo em linho, esticado num quadro de madeira (11.9m x 9.6m), apresentando uma alegoria ao teatro. A parte central apresenta a personificação da Inspiração com asas, introduzingo Beleza à Verdade. O lado esquerdo da pintura apresenta Tragédia, vestida com roupas negras, lamentando-se sobre as cinzas do seu Filho Moribundo. Uma Comédia a rir-se está sentada na parte de baixo do quadro na companhia do Bobo da Corte. No lado direito temos uma composição dinâmica que apresenta Psique tentando libertar-se do abraço de Sensualidade e voar pelos céus. Siemiradzki contrasta o obscuro, trágico lado esquerdo da imagem com a sua parte em falta – brilhante e otimista. Toda a composição relembra um sinónimo de perfeição e de harmonia – a forma de um círculo.
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