Edvard Munch pintou A Garota na Janela seis anos após O Grito, a sua pintura mais famosa. Ao personificar as noções modernas de ansiedade, aqui ele usou tons marrons sóbrios, levemente aplicados, misturados com violetas e azuis nesta cena inquietante e enigmática, causando um sentimento de melancolia e antecipação.
Ao cair da noite, uma jovem moça, vestindo sua camisola, se posiciona em uma sala, encarando a cidade. O ângulo íngreme do chão e as sombras densas que obliteram tudo na sala, exceto uma sugestão de uma mobília no canto inferior direito, criam uma cena inquietante e enigmática. A janela funciona como uma barreira simbólica, separando o interior do exterior. A sensação de mistério é ampliada pelo fato de que não podemos ver a expressão no rosto da garota, tampouco sabemos o que ela secretamente observa. Ao invés disso, ela parece não estar ciente de que, enquanto encara por detrás das cortinas algo do lado de fora, o artista e o espectador a estão observando.
Um verdadeiro mistério! Nos vemos amanhã. :)
P.S. Quando Munch morreu, em 1944, ele deixou 183 fotografias em sua casa. Dê uma olhada na vida particular do pintor aqui!