Charles Willson Peale
Yarrow Mamout, um muçulmano afro-americano que conquistou a sua liberdade da escravidão, tinha, alegadamente, 140 anos de idade em 1819, quando Charles Willson Peale pintou este retrato para exibição no seu Museu da Filadélfia. Embora Peale soubesse que este era um erro de cálculo, a história de Yarrow de 83 anos (c. 1736-1823), um nativo da Guiné, país da África Ocidental, que era alfabetizado em árabe, era ainda notável. Como Peale observou, Yarrow estava "confortável na sua situação de ter ações do Banco e [ele] vive na sua própria casa".
Uma rara representação da diversidade étnica e religiosa no início da América, e um exemplo notável do estilo naturalista tardio de Peale, o quadro distingue-se pelo encontro direto e simpático entre o artista e o seu sujeito e pela prestação competente dos detalhes da fisionomia e da idade. O boné de malha de Yarrow sugere um kufi, um chapéu tradicionalmente usado por homens muçulmanos africanos para afirmar a sua religião ou identidade africana, mas Peale utiliza artisticamente a sua faixa amarela para realçar o seu olhar firme com o seu brilho de humor e sabedoria.
Peale tinha setenta e sete anos quando pintou este retrato, ele registrava os traços pessoais que, na sua opinião, sustentavam uma vida longa. Nos seus escritos e exposições no museu, Peale celebrava fazendo escolhas sábias para manter uma boa saúde e uma atitude positiva, e percebeu a perseverança de Yarrow através da sua vida difícil como um modelo de desenvoltura, diligência, sobriedade, e uma relutância em se desanimar.
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