A bela pintura de hoje oferece um retrato vibrante da Paris do virar do século, capturando a cidade numa deslumbrante variedade de cores. Depois de conhecer Georges Seurat e Paul Signac em 1887, Luce adoptou as suas teorias e técnicas de cor pioneiras, incorporando texturas pontilhistas e tons divididos no seu trabalho. Na década de 1890, emergiu como uma figura-chave no movimento neoimpressionista, expondo regularmente na Société des Artistes Indépendants — uma organização que viria a liderar como presidente, de 1935, até à sua morte, em 1941.
O artista escolheu um ponto de observação com esta cena particular à esquerda e uma vista de Notre Dame à direita, que se tornou um tema privilegiado nas suas paisagens urbanas mais ambiciosas. Em finais de 1899, escreveu a Henri-Edmond Cross: “Estou a trabalhar a partir de uma janela do Quai Saint-Michel... é de uma beleza agreste. Estou a fazer inúmeros estudos e vou tentar utilizá-los”.
Para Luce, captar a Paris moderna significava mais do que simplesmente retratar as grandes avenidas e as elegantes fachadas de pedra de Paris. Ele era um observador atento da vida na cidade, concentrando-se em indivíduos de várias classes sociais. Na pintura de hoje, figuras de todos os estratos sociais atravessam o Quai Saint-Michel: um soldado passa por um casal bem vestido, uma mulher com um bebé caminha pelo passeio e dois trabalhadores cansados contrastam tranquilamente com um cavalheiro de chapéu alto que se encontra por perto. Um homem com dois cavalos bem vestidos pára para conversar com uma compradora que carrega um cesto. Acima desta cena movimentada, as pessoas atravessam a Pont Saint-Michel, enquanto os imponentes edifícios na margem oposta do Sena proporcionam um contraponto constante à ação animada em baixo.
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